O presidente da Comissão Executiva do Banco Fomento Angola (BFA) afirma que a eventual saída do banco português BPI da estrutura accionista não representará um revés e que a instituição seguirá, nesse cenário, o seu caminho.
“O BFA mantém a sua estratégia, mantém a sua dinâmica. Até agora não houve qualquer tipo de alteração”, afirmou Emídio Pinheiro, à margem do lançamento, em Luanda, da 10.ª edição do estudo “Banca em Análise”, realizado pela consultora Deloitte.
O BPI anunciou em Agosto que está a estudar soluções para o BFA, onde detém 50,01% do capital, sublinhando que são “possíveis várias” saídas, em estudo por duas instituições financeiras.
Questionado pela Lusa, o presidente da Comissão Executiva do BFA disse que a saída do BPI não afectará a instituição angolana, que “com certeza” seguirá o seu caminho por ser um “grande banco”.
“Não é revés [eventual saída do BPI] coisa nenhuma, neste momento, para o BFA. Nós seguimos os nossos planos, os nossos objectivos, e é uma questão que está a ser tratada”, disse afirmou Emídio Pinheiro.
O BFA, que iniciou actividade em 1993, fechou o ano de 2014 com activos de mais de 10 mil milhões de dólares, sendo por isso o terceiro maior banco angolano.
Lucrou em 2014, segundo os dados do estudo da Deloitte hoje apresentado, 31,7 mil milhões de kwanzas (210 milhões de euros), liderando entre 23 bancos, sendo este o melhor resultado anual da sua história.
Num esclarecimento feito em Agosto pelo BPI, o banco português refere que “está a estudar soluções para acomodar o limite de exposição a grandes riscos decorrente da exposição do Banco de Fomento Angola ao Estado Angolano e ao Banco Nacional de Angola”.
O BPI referia ainda que “até ao momento” não tomou qualquer decisão quanto à solução a adoptar e que prestará informação ao mercado logo que ocorram desenvolvimentos que o justifiquem.